quinta-feira, 15 de maio de 2014

Banhos de leite de BURRA

Há dias em que chegava a casa verdadeiramente cansada e pensava: (eram muitos os dias)

"Agora vou tomar um banho de imersão, fumar um cigarro (esta já conhecem), escolher um gel bem cheiroso, velas,  um pacote de sal e um pouco de vinagre". Todos estes,  ingredientes que normalmente me obrigavam a optar pelo chuveiro a seguir, serviam só de pretexto para uma imersão ao fundo de um lamaçal.

Chegava a ficar mais de uma hora num ambiente altamente poluído, uma mistura de bar para fumadores e de discoteca onde só passavam musicas que eu soubesse cantar. Sim, porque eu era uma vedeta com voz de ouro, mas com um reportório de fazer chorar as pedras da calçada. Em todas as  letras havia sempre alguém com  o coração partido.

Ainda hoje não sei porquê. Achei por bem dispensar a psicanálise.

Não sei se estão bem a ver a cena. O cenário tinha tudo para resultar, mas acabava comigo sempre a ter que abrir as janelas todas, preocupada com o facto de eventualmente ter ficado com os poros entupidos, o cabelo todo encharcado e com aquele aspeto frisado que só um bom banho turco consegue.

Ufa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!que bem que me sabia a chuveirada que tomava a seguir. Desintoxicante, relaxante e cheirosinho. Essa sim.

A minha filha costuma dizer que a água com que tomo banho está mais suja do que eu.

Sim. Confesso. Tenho  a mania dos banhos.

Se acreditasse nesses mundos, até diria que devia ter sido muito porca noutra vida.

Agora só me resta a parte da chuveirada. Muito rápida. Muito cheirosa e sempre, todos os dias,  o medo de encontrar um alto qualquer fora do sítio, uma alteração na pele ou como dizia o meu senologista: um dinossauro.

É como regressar a uma floresta que tenha sido devastada pelo fogo.

Não fico triste. Pago muito menos de água e a minha pele esá muito melhor.



Stephen tinha 46 objectivos e um cancro. Apenas um ficou por cumprir


Stephen Sutton morreu na quarta-feira, após quatro anos a lutar contra um cancro que se revelou incurável.
                           
Aos 19 anos, Stephen Sutton é um dos jovens mais conhecidos no Reino Unido. Não por ser uma pop star, nem um futebolista e muito menos por ser um rapaz rebelde que fez manchetes nos tablóides. Criou uma lista com 46 objectivos a atingir, um deles viver o maior tempo possível e um outro angariar donativos para as suas campanhas de caridade. A sua popularidade cresceu a cumprir metas e conseguiu reunir mais de 3,2 milhões de libras (3,9 milhões de euros). Morreu na madrugada de quarta-feira, a dormir, após ter sido internado com novas complicações devido a um cancro colo-rectal incurável.

No dia 22 de Abril, Stephen, um rapaz de Burntwood, Staffordshire, escrevia, a partir da cama do hospital, aquela que pensava ser uma das suas últimas mensagens no Facebook. “É uma pena que o fim tenha chegado tão subitamente ainda há tantas pessoas a quem ainda não agradeci apropriadamente ou me despedi. Peço desculpa por isso”, escreveu o jovem, lamentando que deixava muito por fazer nas suas campanhas. “Continuarei a lutar enquanto puder, e o que quer que seja que venha a acontecer, quero que saibam que estou num bom sítio mentalmente e confortável com a situação”, continuou. Depois, a despedida: “É tudo da minha parte. Mas a vida tem sido boa. Muito boa”.
Depois deste post, Stephen escreveu ainda mais alguns, na sua maioria de surpresa por continuar vivo, mesmo depois de um novo internamento no último domingo devido a complicações respiratórias. Na quarta-feira, a sua página no Facebook foi actualizada mais uma vez, mas agora pela mãe. “O meu coração transborda de orgulho mas está partido devido à dor pelo meu corajoso, altruísta, inspirador filho que morreu calmamente a dormir às primeiras horas desta manhã.”
Para trás ficaram meses de trabalho e iniciativas descritas pelo próprio jovem na página que criou, Stephen’s Story, em Janeiro de 2013. Inicialmente, a página era actualizada cada vez que concretizava uma das 46 coisas que queria fazer antes de morrer. A Stephen’s Story foi ganhando seguidores, até mais de um milhão, e o Facebook passou a centrar-se na ajuda aos outros, através de angariação de donativos, mensagens de motivação ou de humor. Stephen abriu ainda contas no Twitter, Tumblr, Instagram e YouTube e as suas acções multiplicaram o número de seguidores e de donativos.
O primeiro pedido de donativo de Stephen surgiu pouco depois de saber, em 2012, que o seu cancro se tinha espalhado pelo corpo e que era terminal. Angariou dez mil libras para o Teenage Cancer Trust. Durante 2013, o jovem conseguiu angariar mais de 560 mil libras (686 mil euros), que chegaram até Maio deste ano a 3,2 milhões de libras, destinados a ajudar a luta contra o cancro.
Ao longo dos últimos meses ganhou vários prémios pelo seu voluntariado e foi fotografado ao lado de algumas das principais individualidades britânicas, entre celebridades e políticos, incluindo o primeiro-ministro, David Cameron, que o visitou no hospital num dos seus internamentos desde o início de Maio.
Cameron deixou uma das primeiras reacções à morte de Stephen. “Estava determinado a não desperdiçar um minuto, a não desperdiçar uma hora ou um dia”, disse o chefe de governo. “Era absolutamente inspirador, fez coisas extraordinárias por caridade e conhecê-lo foi um enorme privilégio.”
O comediante Ricky Gervais recordou Stephen como um “herói e uma inspiração para todos”. Ed Miliband, líder do Partido Trabalhista, destacou a “coragem e determinação em viver a vida” do jovem.
Numa recente entrevista ao jornal Daily Mail, Stephen admitiu que estar próximo da morte era “assustador mas ao mesmo tempo incrivelmente revigorante”. “Estar tão próximo da morte apenas reforçou todos os sentimentos para fazer o máximo com o que temos.” Após saber que a sua doença era incurável, o jovem disse que deixou de “medir a vida em termos de tempo” e começou a “medi-la em termos do que podia de facto fazer."

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Soneto do Amor e da Morte

Quando eu morrer murmura esta canção
que escrevo para ti. Quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.

Quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não

tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.

Vasco Graça Moura

sábado, 26 de abril de 2014

"O que não nos mata torna-nos mais fortes"


Tenho tido nos últimos tempos uma curiosidade, que de saudável não tem nada, quase "voyeurista", de ler alguns dos livros/testemunhos de pessoas que tenham vivido um processo oncológico.

Minto. Quase todos. Só que tenho que ler um de cada vez e ir alternando com outro tipo de literatura para que não apareça alguém com a corajosa ideia de dizer que é melhor eu voltar à psicóloga.

Fico sempre surpreendida com a necessidade que todos temos de comemorar este grande acontecimento que foi nosso privilégio viver. Estamos tão melhores que nunca, estamos  mais felizes que nunca, quase que nos atrevemos a dizer que ainda bem que tivemos um cancro senão a nossa vida teria sido uma catástrofe e ainda por cima desinteressante.

Com todo o respeito, até porque eu já caí na tentação de pensar assim também, gostaria de dizer a todos aqueles que nunca  tiveram um cancro, que podem ser pessoas maravilhosas sem nunca lhes ter caído o cabelo, incharem, terem enjoos noite e dia, e sem terem tido uma amena cavaqueira ou o prazer de uma tarde de Xadrez com a morte. Xeque-mate.

Mais ainda, que não invejem o protagonismo e a sabedoria com que  brindam estes livros.

Tenho uma amiga  que diz sempre que é  melhor crescermos sem sofrer. Pode-se também aprender muito , transmitir felicidade e sermos imensamente sedutoras, e acima de tudo FORTES.

Á máxima :"O que não nos mata torna-nos mais fortes", não a tornem uma verdade universal.

 Vã glória a de se sofrer!



 

domingo, 30 de março de 2014

O meu Horoscopo desta semana! Aliás para ser sincera , o meu Horóscopo de todas os dias. Avaria? Pause? Mantra? Destino? Designio? Karma? Aprendi tarde, está visto: "Bem fala quem cala".

sábado, 29 de março de 2014

sexta-feira, 28 de março de 2014

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014


 

"O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal num  copo de água e bebesse.

- Qual é o gosto? - perguntou o Mestre.

- Mau. - disse o jovem sem pensar duas vezes.

O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse em outra mão cheia de sal e fosse com ele ao lago. Os dois caminharam em silêncio, e quando chegaram o mestre mandou o  jovem atirar o sal ao lago. O jovem então fez como o mestre disse.

Logo a seguir o velho disse:

- Bebe um pouco dessa água.

O jovem assim  fez e enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:

- Qual é o gosto?

- Bom! - o jovem disse sem pestanejar.

-  Sentes o gosto do sal? - perguntou o Mestre.

- Não. - disse o jovem.

O Mestre sentou-se  ao lado do jovem, pegou nas suas mãos e disse:

- A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando  sentires dor, a única coisa que deves fazer é aumentar o sentido de tudo o que está á tua volta. É dares mais valor ao que  tens em detrimento daquilo que perdeste.: É deixares de ser copo, para te tornares um Lago."

 
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