quinta-feira, 15 de maio de 2014

Banhos de leite de BURRA

Há dias em que chegava a casa verdadeiramente cansada e pensava: (eram muitos os dias)

"Agora vou tomar um banho de imersão, fumar um cigarro (esta já conhecem), escolher um gel bem cheiroso, velas,  um pacote de sal e um pouco de vinagre". Todos estes,  ingredientes que normalmente me obrigavam a optar pelo chuveiro a seguir, serviam só de pretexto para uma imersão ao fundo de um lamaçal.

Chegava a ficar mais de uma hora num ambiente altamente poluído, uma mistura de bar para fumadores e de discoteca onde só passavam musicas que eu soubesse cantar. Sim, porque eu era uma vedeta com voz de ouro, mas com um reportório de fazer chorar as pedras da calçada. Em todas as  letras havia sempre alguém com  o coração partido.

Ainda hoje não sei porquê. Achei por bem dispensar a psicanálise.

Não sei se estão bem a ver a cena. O cenário tinha tudo para resultar, mas acabava comigo sempre a ter que abrir as janelas todas, preocupada com o facto de eventualmente ter ficado com os poros entupidos, o cabelo todo encharcado e com aquele aspeto frisado que só um bom banho turco consegue.

Ufa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!que bem que me sabia a chuveirada que tomava a seguir. Desintoxicante, relaxante e cheirosinho. Essa sim.

A minha filha costuma dizer que a água com que tomo banho está mais suja do que eu.

Sim. Confesso. Tenho  a mania dos banhos.

Se acreditasse nesses mundos, até diria que devia ter sido muito porca noutra vida.

Agora só me resta a parte da chuveirada. Muito rápida. Muito cheirosa e sempre, todos os dias,  o medo de encontrar um alto qualquer fora do sítio, uma alteração na pele ou como dizia o meu senologista: um dinossauro.

É como regressar a uma floresta que tenha sido devastada pelo fogo.

Não fico triste. Pago muito menos de água e a minha pele esá muito melhor.



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