terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Um degrau na cidade




Era  mês de Julho. Final do dia. Aquela hora perigosa do final do dia. Uma faixa de tempo indefinido, em que não sabemos se ainda estamos ao abrigo do pôr-do-sol ou já protegidos pela noite.
Acabada de sair do hospital sentamo-nos num degrau de um predio antigo, eu e a minha amiga Rosario, e como que sem rumo vagueamos entre o surpreendente da notícia que tinhamos acabado de ouvir e a curiosidade de qualquer coisa já antecipada, tantas vezes já falada. Qualquer coisa que não estava bem. Tinha havido sinais, historias que ferem o corpo. Permitidas. Estava com um cancro.

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