quarta-feira, 13 de maio de 2015

Vim a Fátima. É dia 13 de Maio. Foi ontem, foi hoje e será amanhã.
O meu Pai fez questão que viesse. Resolvi seguir este bom conselho como segui  outros que  demonstraram ser  ser sábios.

Quando estive doente pensei que seria importante vir até cá.
Toda a gente cá vinha.
 Faria parte da cura?
Nunca vim. Cada vez que pensava faze-lo sentia-me uma bela de uma oportunista.
Arranjei uma Nossa Senhora bem perto de minha casa. Faço de conta que é só minha. Não sei é cantar nem tocar órgão.
Não faz mal. Se me sentir muito diminuída desato a dizer entre os dentes : 'Salvé Regina, Salvé Regina`

Brincadeiras à parte. O que eu gostaria mesmo de partilhar era o paralelismo vivencial de dois momentos muito idênticos mas muito distantes no tempo e no espaço.

A minha vinda hoje a Fátima, teve tanto de imprevisível, como de pacificadora e unificadora.

Tive que fazer quimioterapia no dia do fim de ano de 2010.A meio do jantar pedi para me irem deitar. Antecipava com algum sofrimento o fogo de artificio da meia noite.

Pedi que pusessem a tocar bem alto a Avé Maria de Schubert. Só assim ganharia paz e a certeza de que o meu fim de ano seria silencioso. Seria sozinha e sem barulhos de vida.

Ontem o Cardeal pediu que pela primeira vez não se cantasse e que a saída da virgem fosse feita em silêncio. Sorri-me e lembrei-me de como silêncio pode também ser vida.

A musica  é abençoada quando estamos ausentes da vida. Ajuda-nos a vivê-la para nós. É PAZ.

Um pouco de musica para nos transportar suavemente seja qual for o percurso? E o silêncio deixamos para a despedida. É que a vida dos outros pode agredir os doentes.

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