Hoje estou zangada e com medo.
Hoje acordei e tive medo outra vez.
Se não disser tudo o me apetece fico ainda mais zangada e com mais medo.
A todos, que do alto da sua inteligência sempre afirmaram que se tudo se passasse com eles saberiam o exatamente o que fazer.
A todos que não perceberam qual era afinal o problema real.
A todos aqueles, que não se deviam ter demitido de ajudar mas que cobardemente se ausentaram porque era obvia a solução e só eu é que não via.
A todos aqueles que se ausentaram porque não sabiam o que dizer nem o que fazer.
A todos os que agora dizem que não fizeram mais porque não deixamos.
A toda a minha família que eu não vi.
A todos esses espero que continuem felizes o seu caminho e que não me incomodem, porque estamos demasiado ocupadas a celebrar todos os dias passados, presentes e futuros e juntas a vencer cada dia, mesmo aqueles em que vencemos menos.
Até porque, até porque todos esses ainda têm tido a cortesia de continuar a dizer que ainda não acabou.
A todos quando descerem aos infernos espero que tenham por perto tantos dons como aqueles que nos foram concedidos e que suavizaram o nosso caminho.
Tivemos pessoas maravilhosas por perto que fizeram da dor uma festa. (se não sabem como ,tivessem cá estado)
Que amaram incondicionalmente quando nós não tínhamos nada para dar em troca.
Que acreditaram em nós.
Chegamos até aqui porque essas pessoas acreditaram que era possível e que em nenhum momento nos deixamos cair.
Fomos abençoadas por dádivas e amor sem fim. Ainda hoje fico surpreendida com as pessoas maravilhosas que nós somos.
A sorte dá trabalho como dizem, tem caminhos que demoram anos a percorrer, escolhas que têm que ser feitas, saudades e sobretudo entrega total.
As duas e mais uma multidão de 4 ou 5 pessoas continuamos a seguir em frente.
Hoje acordei e tive medo outra vez.
( este texto foi escrito às vezes com as vírgulas fora do lugar)